Primeira vez: sapatilha de ponta

Atrasada com o blog, eu sei. Mas tenho uma notícia tão boa pra dividir, que se eu fosse você, me perdoaria.

Como estão, queridos e queridas, tudo bem? Eu estou ótima, feliz que não cabe em mim. Realizei um sonho que para nós, bailarinas adultas, parece muitas vezes impossível. É, minha gente, a menina aqui começou a usar sapatilha de ponta 😀

Eu já havia comentado aqui que faço ballet há 2 anos e meio, e que o processo de um bailarino adulto pode ser demorado. Foi uma surpresa deliciosa quando a professora perguntou se nós tínhamos vontade de dançar na ponta, provamos e encomendamos nossas sapatilhas. Eu tinha pensado em um post bem técnico, com fotos detalhadas e informações para quem ainda vai começar, ou quer matar a curiosidade, mas resolvi falar mais da emoção nesse post, e deixar as informações técnicas para um outro, porque toda vez que toco nesse assunto, é só a emoção que fala.

Minha primeira sapatilha de ponta é rosa, brilhante, como a da bailarina no quadrinho que enfeitava meu quarto quando eu era criança. Esse amontoado de cola e tecido é algo com que sonhei a vida toda, e representa um grande passo para mim. Ela não me faz mais bailarina, até porque vai demorar muito tempo para dominar a técnica. Ainda nem consegui amarrar e esconder as sobras de fita direito. Mas eu a mereci. Trabalhei, suei, senti dores e me decepcionei algumas vezes, para conquistá-la. Sou uma bailarina limitada, e talvez, aceitar a limitação tenha sido o mais importante para continuar dançando. Tudo aquilo que já disse antes não mudou muito. A perna ainda não sobe como eu gostaria, a flexibilidade vai a passos lentos.

As limitações, falta de flexibilidade, de tempo, as tantas responsabilidades que ser adulto exige fazem com que coloquemos o que deveria ser uma meta no status de sonho inatingível. E como eu já disse, tenho dificuldade em levar as coisas adiante. Ás vezes, deixo a preguiça dominar, e perco oportunidades, tempo, muita coisa por culpa minha mesmo. Me manter indo as aulas religiosamente (sou super caxias, e fico triste quando preciso faltar) é um desafio que eu consegui levar adiante, uma realização pessoal. Viver o sonho que cresceu dentro de mim por tanto tempo, ver que e insistir e alcancei esse que era um dos meus grandes objetivos de vida, é emoção, a alegria sem tamanho.

*Essas fotos são da primeira aula, ainda não tinha costurados os elásticos. Não soltamos a barra, sequer. Mas prometo compartilhar minha evolução, e compartilhar com vocês cada detalhe dessa nova etapa.

Os beijos de hoje são especias para a Jaqueline e a Lívia, que dividiram esse momento super especial comigo, e a Tamara, nossa professora-fada-madrinha.