Perguntas para fazer antes do Big Chop – Você está preparada para o BC? #Beda

Oi, tudo bom? O post de hoje é especial para quem está ou pensa em entrar na transição capilar, e traz tudo o que você precisa saber antes do Big Chop. Você se sente preparada para o BC? Vamos falar sobre a vontade de assumir o cabelo natural x medo de cortar o cabelo.

Acompanhando em grupos de crespas e cacheadas no Facebook, vejo algumas meninas cansadas da transição, período em que deixamos a cabeleira crescer sem utilizar química, loucas para assumir o natural, mas com medo de cortar. Por isso resolvi escrever sobre a decisão do corte.

Eu fiz meu Big Chop, como chamamos o corte que tira a parte com química e só deixa o cabelo natural, há quase 1 ano e, antes dele, passei pela transição capilar durante 17 meses. Esse período foi de preparação, onde pesquisei muito sobre as melhores maneiras para lidar com meu cabelo natural, conheci meninas que já haviam passado pelo BC e comecei a aceitar minha natureza. Contei sobre minha experiência aqui.

Ter iniciado a transição sem nenhuma data-limite em mente foi importante para evitar a ansiedade e me fortalecer para o pós-corte. Recentemente, cortei o cabelo de novo para acertar o corte e zerar as pontas com química que sobraram do BC. Baseada em tudo que vivi, trouxe algumas perguntas para você refletir sobre sua transição e seu big chop.

4 perguntas para se fazer antes do Big Chop:

1. Você vai ter tempo para cuidar do cabelo novo?
   Quem está saindo da química depois de muito tempo pode nem lembrar qual é a textura do cabelo. Mesmo que esteja passando por transição, é só depois do big chop que você vai descobrir como é o seu cabelo natural. Identificar as necessidades do cabelo faz parte do pós-corte e descobrir qual produto fica bom em você pode levar tempo. Por isso, não pense que o corte vai ser a solução de todos os problemas. Cuidar do cabelo natural exige disposição e paciência.
2. Você se abala com comentários maldosos?
   Você costuma se importar com a opinião das outras pessoas? Se sim, precisa parar com isso. Fazer o big chop é uma grande decisão, que não deve ser influenciada por pessoas de fora. É triste, mas preciso ser realista: assumir o cabelo natural pode trazer muitos comentários preconceituosos. A sociedade não encara bem quem vai contra a ditadura da beleza e tenta fazer com que você se sinta mal por não estar no padrão. É preciso muito amor próprio para ficar imune.
3. Sua feminilidade está atrelada ao cabelo?
   Se você tem medo de ficar ‘masculina’ por cortar o cabelo, é preciso rever conceitos. Ninguém é menos feminina só porque tem o cabelo curto. É o patriarcado que tenta nos impor isso toda vez que alguém diz que mulher de cabelo curto não arranja namorado, que homem gosta de cabelão. O que os homens pensam sobre cabelo não vai mudar a sua essência. Se você se considera mulher, então você é uma, cabeluda ou careca.
4. Você está decidida?
   Eu sei que entre as pessoas a sua volta (e até mesmo nos grupos de apoio sobre cabelos em transição) rola uma pressão para fazer logo o corte. Os comentários podem até ser bem intencionados, mas essas cobranças podem te levar a cortar o cabelo por impulso. Não faça isso! Só você saberá qual é o momento certo, quando estará preparada para enfrentar tudo que está listado acima.

Se você refletiu a respeito de todas essas perguntas e não se sente preparada para o big chop, não se desespere. Apenas não chegou a hora certa. E se a ideia do corte te deixa aflita, existe uma alternativa ao big chop, que é cortar as pontas com frequência – trimestral, bimestral, mensal… É o melhor para quem não consegue pensar em um grande corte, mas deseja tirar a parte danificada.

Por fim, mesmo que tudo isso tenha funcionado para mim, não existe receita certa. Cabe a você identificar seus medos e encontrar a melhor maneira para contorná-los. Pensar bem antes do big chop evita arrependimentos.

Espero que essa reflexão tenha ajudado. Se quiser conversar mais sobre esse tema, basta deixar um comentário. Vou adorar conversar com você 🙂

Obrigada pela visita, e até mais!