Oi pessoal, como estão nesse período de isolamento social? Muita gente está precisando lidar com as mudanças que a pandemia causou, mudando sua forma de trabalho e organização financeira, por exemplo. Além desse novo normal eu também estou passando por uma outra mudança: de casa e cidade. O título desse post poderia ser “a incrível história sobre como me mudei do interior para o litoral com marido, gato e tudo que coube no carro durante uma pandemia”.
Eu, morei na mesma casa durante a infância e adolescência, e só saí de lá quando me casei. Comprar um apartamento e montar ele de acordo com nossas vontades foi um exercício de paciência, mas também muito gratificante. Nós, meu marido e eu, fizemos a parte elétrica, pintura, trocamos o piso e montamos alguns móveis enquanto morávamos lá, convivendo com sacos de cimento, cola de contato e peças de armários empilhadas nos cômodos. Durante os 2 anos em que moramos lá, entendemos nossa dinâmica de casal e vivemos momentos muito felizes. Ainda faltava muita coisa para finalizar, mas já era um lar.
A reforma não estava concluída, um pouco por priorizarmos outras coisas (oi Disney), quando meu marido participou de um processo seletivo que tinha como destino Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Morar no litoral sempre foi um sonho para ele, e eu decidi embarcar nessa. Ele foi aprovado e em menos de 15 dias precisamos nos despedir das pessoas queridas, correr atrás de documentos e organizar a mudança. Trouxemos só o que coube no carro: uma versão cápsula do guarda-roupas e algumas peças de cama, mesa e banho. Trabalhamos com desenvolvimento web e marketing digital, então nosso equipamento de trabalho veio quase completo. O plano era ficar durante o primeiro mês em um Airbnb, trabalhando, procurando uma casa e curtindo a praia no tempo livre. Voltaríamos para buscar o restante da mudança na Páscoa, para mobiliar a casa nova. Mas nada aconteceu como o planejado.
Nós até ouvimos falar sobre o Corona Vírus, mas como algo distante. Chegando aqui, tudo foi muito rápido. O trabalho do And foi modificado para uma versão remota, o comércio não-essencial fechou e a cidade, que só tem acesso por balsa, restringiu entrada e saída. Ficamos literalmente ilhados. A parte boa foi que encontramos nossa casa muito rápido. É pequena, mas confortável. Aos poucos estamos mobiliando e tentando fazer dela o novo lar.
Aceitar que as coisas fogem do controle, e que não dá para saber quando posso realizar meus planos, é um exercício de desprendimento que nunca imaginei tão necessário.
A experiência tem sido desafiadora, e por muitas vezes a vontade é deixar tudo e voltar para o conforto do conhecido. Eu descobri que sou mais resistente do que gostaria para aceitar mudanças, mas que elas são inevitáveis. Deixar para trás a minha zona de conforto, todas as metas traçadas para 2020, e encarar o novo me fez mais forte. Alguns dias são mais difíceis, quando a saudade precisa do toque e não de uma tela. Mas voltar a me alegrar com o simples e valorizar pequenos momentos faz a vida ter mais sentido.
Esse foi um desabafo bem pessoal, uma forma de marcar essa nova fase e ter um registro de como foi viver todas essas mudanças. Obrigada por ler até aqui. Beijos, e até o próximo post!
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